Um pássaro ganha altura,
Rejeita a nudez como um véu inútil,
Porque nunca teve medo da luz,
Fechado no seu voo,
Nunca sentiu a sombra.
Cascas de colheitas crestadas pelo sol.
Todas as folhas nos bosques dizem que sim,
Elas não sabem senão dizer que sim,
Todas as perguntas, todas as respostas
E o orvalho brota deste íntimo sim.
Um homem de olhos ligeiros descreve o céu do amor.
Ele reúne as maravilhas
Como folhas de um bosque,
Como os pássaros nas suas asas
E os homens quando adormecem.
Paul Eluard, in Nouveaux Poèmes (1926)
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