sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Pergunta-me
Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Calculus II - Stewart - ( Slidshare )
- Calculus II - 178 months ago,99 views
- Calculus II - 168 months ago,85 views
- Calculus II - 158 months ago,87 views
- Calculus II - 148 months ago,173 views
- Calculus II - 138 months ago,86 views
- Calculus II - 128 months ago,73 views
- Calculus II - 118 months ago,79 views
- Calculus II - 108 months ago,165 views
- Calculus II - 98 months ago,102 views
- Calculus II - 88 months ago,60 views
- Calculus II - 78 months ago,52 views
- Calculus II - 68 months ago,47 views
- Calculus II - 58 months ago,58 views
- Calculus II - 48 months ago,51 views
- Calculus II - 38 months ago,58 views
- Calculus II - 28 months ago,89 views
- Calculus II - 18 months ago,1084 views
Calculus II - Stewart - ( Slideshare )
- Calculus II - 368 months ago,446 views
- Calculus II - 358 months ago,177 views
- Caculus II - 378 months ago,364 views
- Calculus II - 348 months ago,157 views
- Calculus II - 338 months ago,119 views
- Calculus II - 328 months ago,163 views
- Calculus II - 318 months ago,129 views
- Calculus II - 308 months ago,84 views
- Calculus II - 298 months ago,65 views
- Calculus II - 288 months ago,88 views
- Calculus II - 278 months ago,70 views
- Calculus II - 268 months ago,60 views
- Calculus II - 258 months ago,256 views
- Calculus II - 248 months ago,257 views
- Calculus II - 238 months ago,253 views
- Calculus II - 228 months ago,235 views
- Calculus II - 218 months ago,251 views
- Calculus II - 208 months ago,250 views
- Calculus II - 198 months ago,345 views
- Calculus II - 188 months ago,350 views
Tempo
*
e assim passa o tempo
sonhamos que existimos...
*
(imagem : Niklas Nilsson)
_______________________________________________________
.
Trabalho o Poema
Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor
que se despeja no copo da vida, até meio, como se
o pudéssemos beber de um trago. No fundo,
como o vinho turvo, deixa um gosto amargo na
boca. Pergunto onde está a transparência do
vidro, a pureza
do líquido inicial, a energia
de quem procura esvaziar a garrafa; e a resposta
são estes cacos que nos cortam as mãos, a mesa
da alma suja de restos, palavras espalhadas
num cansaço de sentidos. Volto, então, à primeira
hipótese. O amor. Mas sem o gastar de uma vez,
esperando que o tempo encha o copo até cima,
para que o possa erguer à luz do teu corpo
e veja, através dele, o teu rosto inteiro.
Nuno Júdice
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Memoria de Mis Putas Tristes
Já tinha lido o livro de Gabriel Garcia Marques e agora vi o filme...
.
"Sempre acreditei que morrer-se de Amor era só uma licença poética"
.
Diz-se que a história foi inspirada pelo romance do Nobel japonês Yasunari Kawabata, "A Casa das Belas Adormecidas" que também já li há muito tempo e do qual reconheço muitas semelhanças.
.
.
"Sempre acreditei que morrer-se de Amor era só uma licença poética"
.
Diz-se que a história foi inspirada pelo romance do Nobel japonês Yasunari Kawabata, "A Casa das Belas Adormecidas" que também já li há muito tempo e do qual reconheço muitas semelhanças.
.
______________________________________________________
No Teu Rosto
No teu rosto
Competem mil madrugadas
Nos teus lábios
A raiz do sangue
Procura suas pétalas
A tua beleza
É essa luta de sombras
É o sobressalto da luz
Num tremor de água
É a boca da paixão
Mordendo o meu sossego
De Mia Couto
_____________________________________________
I Believe
I believe for every drop of rain that falls
A flower grows
I believe that somewhere in the darkest night
A candle glows
I believe for everyone who goes astray, someone will come
To show the way
I believe, I believe
I believe above a storm the smallest prayer
Can still be heard
I believe that someone in the great somewhere
Hears every word
Everytime I hear a new born baby cry,
Or touch a leaf or see the sky
Then I know why, I believe
Everytime I hear a new born baby cry,
Or touch a leaf or see the sky
Then I know why, I believe
.
domingo, 26 de agosto de 2012
Opiniões
As opiniões são como os narizes, toda a gente tem um.
________________________________________________
Curiosity
Aeolis mons, que la sonde Curiosity va gravir dans les mois qui viennent… Photo Nasa/JPL/Caltech/MSSS/Damien Bouic.
.
Ninguém me habita
Ninguém me habita. A não ser
o milagre da matéria
que me faz capaz de amor,
e o mistério da memória
que urde o tempo em meus neurônios,
para que eu, vivendo agora,
possa merecer na outrora.
Ninguém me habita. Sozinho,
resvalo pelos declives
onde me esperam, me chamam
(meu ser me diz se as atendo)
feiúras que me fascinam,
belezas que me endoidecem.
Thiago de Mello
(1921)
_____________________________________________
sábado, 25 de agosto de 2012
Opium & Paris
Sometimes
I feel like I want to live
Far from the metropolis
Just walk through that door
Sometimes
I feel like I want to fly
Reach out to the painted sky
A prisoner to the wind
A bird on the wing
Sometimes
I feel the ocean in my blood
See rain from the sky above
Her song blind tears
And now
Those tears leave taste on my tongue
Like the warm rush you get from
Black opium
Black opium
Sometimes
I feel like I want to leave
Behind all these memories
And walk through that door
Outside
The black night calls my name
But all roads look the same
They lead nowhere
They lead nowhere
Braile
Leio o amor no livro
da tua pele; demoro-me em cada
sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes, em que os meus dedos
penetram, até chegarem
ao fundo dos sentidos. Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se
juntam, como corpos, no abraço
de cada frase. E chego ao fim
para voltar ao princípio, decorando
o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele.
nuno júdice
Leio o amor no livro
da tua pele; demoro-me em cada
sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes, em que os meus dedos
penetram, até chegarem
ao fundo dos sentidos. Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se
juntam, como corpos, no abraço
de cada frase. E chego ao fim
para voltar ao princípio, decorando
o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele.
nuno júdice
__________________________________________________
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.
O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nossos membros lassos
A leve rapidez dos animais.
Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.
Sophia de Mello Breyner Andresen
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.
O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nossos membros lassos
A leve rapidez dos animais.
Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.
Sophia de Mello Breyner Andresen
_______________________________________________
.
senti a escravidão, pensei a quem servia
lembrei-me do pequeno grão de rocha no areal da praia
com a minha mão escrevi no ar o teu nome de rainha das aves
e tal como musica inscrita no meu coração
o tua alma voou
e o teu corpo iluminou-se junto do meu
Eu te vi como um todo que recebia
abracei-o
beijei-o
e comecei a devolvê-lo à natureza
das pérolas.
(...aj c.)
foto de José Castro Silva
Subscrever:
Mensagens (Atom)