terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Mito da criação

Mali, Fulani

No princípio existia uma enorme gota de leite.
Então chegou Doondari e criou a pedra.
A pedra criou o ferro;
E o ferro criou o fogo;
E o fogo criou a água;
E a água criou o ar.
Então Doondari desceu pela segunda vez.
Juntou os cinco elementos
E moldou-os num homem,
Mas o homem era orgulhoso.
Então Doondari criou a cegueira e a cegueira derrotou o homem.
Mas quando a cegueira se tornou demasiado orgulhosa,
Doondari criou o sono, e o sono derrotou a cegueira;
Mas quando o sono se tornou demasiado orgulhoso,
Doondari criou a preocupação, e a preocupação derrotou o sono;
Mas quando a preocupação se tornou demasiado orgulhosa,
Doondari criou a morte, e a morte derrotou a preocupação.
Quando a morte se tornou demasiado orgulhosa,
Doondari desceu pela terceira vez.
E ele veio como Gueno, o Eterno,
E Gueno derrotou a morte.


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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Arte de amar

Se queres sentir a felicidade de amar,
esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Manuel Bandeira

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

F201 OMC - Programa da Cadeira

Vibrações
1 Oscilador harmónico mecânico 1
1.1 Energia do oscilador harmónico mecânico
1.2 Sobreposição, a uma dimensão, de duas oscilações harmónicas
Simples.  Fasores.  
1.2.1 Oscilações simples de frequências diferentes; batimentos. 
1.2.2 Sobreposição de duas oscilações simples com a mesma
frequência e de direcções ortogonais 
1.3 Sobreposição de n (n >> 1) osciladores harmónicos simples com
a mesma amplitude e diferenças de fase consecutivas iguais. 
1.4 Sobreposição de n (n >> 1) osciladores harmónicos simples de
iguais amplitudes e fases aleatórias. 
2 Oscilador harmónico com amortecimento 
2.1 Energia do oscilador com amortecimento 
2.1.1 Factor de qualidade, Q [I]. 
3 Oscilações forçadas. 
3.1 Energia associada à força aplicada. 
3.1.1 Curva de absorção.  
3.1.2 Factor de qualidade, Q [II].
3.2 Aplicações. Problemas I. 
4 Osciladores acoplados. 
4.1 Modos Normais.
4.2 Série e integral de Fourier.
4.2.1 Exemplo simples.
4.2.2 Série de Fourier expressa na variável complexa. 
4.2.3 Integral de Fourier. 
4.3 Aplicações. Problemas II . 

Ondas 
5 Ondas transversais em cordas. 
5.1 Energias cinética e potencial.
5.2 Impedância característica de uma corda.
5.3 Descontinuidade numa corda; alteração da densidade linear de
massa.
5.3.1 Ondas estacionárias em cordas de comprimento finito.
5.3.2 Energia de cada modo de vibração.
5.4 Velocidade de grupo.
5.4.1 Velocidade de grupo de uma onda de n (n > 2) compo-
nentes sinusoidais.
5.5 Ondas a duas dimensões.
6 Ondas longitudinais em barras homogéneas e isotrópicas. 
6.1 Equação de movimento.
6.2 Energia dos modos de vibração.
6.3 Ondas sonoras num gás.
6.3.1 Impedância característica.
6.3.2 Energias cinética e potencial da onda sonora.
6.3.3 Intensidade da onda. 
7 Ondas electromagnéticas. 
7.1 Ondas no vácuo.
7.2 Intensidade da onda electromagnética.
7.3 Difracção.
7.3.1 Difracção por uma única fenda de largura L.
7.3.2 Difracção por N fendas de largura L e espaçadas de d,
L < d.
7.3.3 A difracção e a teoria de Fourier. 
7.3.4 Difracção por uma fenda larga e o princípio de incerteza
de Heisenberg.
7.4 Transmissão de energia electromagnética em meios limitados. 
7.4.1 Linhas de transmissão (condutores paralelos e cabos coaxiais)
7.4.2 Guias de onda.
7.5 Aplicações. Problemas III.

Elasticidade 
8 Elasticidade 
8.1 Lei de Hooke.
8.2 Deformações uniformes. Extensão e compressão.
8.3 Torção.
8.3.1 Ondas de torção.
8.4 Flexão de uma barra.
8.4.1 Varejamento.
8.5 Aplicações. Problemas IV.

Fluidos
9 Fluidos 
9.1 Hidrostática.
9.1.1 Equação de equilíbrio.
9.2 Hidrodinâmica.
9.2.1 Equação da continuidade.
9.2.2 Equação de movimento.
9.2.3 Equação de Euler.
9.2.4 Estado estacionário. Equação de Bernoulli.
9.2.5 Exemplos simples de aplicação da equação de Bernoulli.
9.2.6 Viscosidade.
9.2.7 Lei de Poiseuille.  
9.2.8 Fluido viscoso em movimento de rotação entre dois cilin-
dros coaxiais.
9.3 Aplicações. Problemas V.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Os ombros suportam o mundo





Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Vector Calculus - Marsden & Tromba (Pdf)


  1. La Geometria del Espacio Euclidiano
  2. Diferenciacion
  3. Funciones con Valores Vectoriales
  4. Derivadas de Orden Superior
  5. Integrales Dobles
  6. Integral Triple
  7. Integrales sobre Trayetorias
  8. Teorema Integrales
  9. Respuestaas
  10. Tablas
  11. Indices de Materias

Amor - pois que é palavra essencial



Amor - pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.

Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?

O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.

Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?

Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.

Vai a penetração rompendo nuvens
e devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue.

E prossegue e se espraia de tal sorte
que, além de nós, além da prórpia vida,
como ativa abstração que se faz carne,
a idéia de gozar está gozando.

E num sofrer de gozo entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais,
um só espasmo em nós atinge o climax:
é quando o amor morre de amor, divino.

Quantas vezes morremos um no outro,
no úmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.

Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre.

Carlos Drummond de Andrade



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